Análise Táctica ao jogo de 4/10

Antes de mais permitam-me referir com apreço o momento de solidariedade antes do início do jogo com 30 minutos de silêncio em memória de Ricardo Pimentel, presidente da H301 e que por motivos de aniversário não esteve entre nós neste dia. Uma menção honrosa para Sérgio Neves que permitiu a todos, estes momentos de introspecção e de homenagem a figura tão grande do futebol. Este clima de fair play que durou meia hora só viria a ser manchado pela bárbara agressão de Luís Silva a Mário Marques, que numa entrada assassina ainda antes do início do jogo colocou em risco a promissora carreira de Mário Marques ainda antes deste consumar a sua ida para Milão. Surgem agora rumores que a Liga prepara um sumaríssimo que poderá deixar Luís Silva muitos jogos fora dos relvados sintéticos.

A equipa H301 começou com um 1-2-1, com Sérgio Neves na baliza, Mário Marques mais recuado devido à sua lesão, Miguel Torres e Fernando Bastos a fazer as transições defesa-ataque e Nuno Santos mais na frente, de costas para a baliza mas sempre pronto a rematar. Este 1-2-1 era muito dinâmico passando muitas vezes a 2-2 em ataque apoiado e desdobrava-se para 1-3 quando encostava a equipa adversária às cordas. Defensivamente observava-se o pressing a todo o campo com marcações individuais que muitas vezes causavam o erro do adversário logo na reposição da bola em jogo. Este arriscar no homem-a-homem deu frutos já que apenas Lino Maia se conseguiu libertar da teia que envolvia a H302 e em jogadas individuais marcou a diferença. Mesmo com as substituições a táctica manteve-se inalterada até que no final e para não arriscar lesões graves (Luís Silva mantinha-se a jogar do outro lado) optou-se por um mais conservador 2-2 que permitia circular a bola entre os defesas com facilidade.

Do lado da H302 parecia existir uma disciplina táctica inicial com José Santos mais recuado, Luís Silva livre em termos defensivos e Topa Gomes e Lino Maia mais soltos na frente, já que eram os dois jogadores mais dotados em termos técnicos. A táctica inicialmente parecia funcionar, existindo algum equilíbrio, mas cedo se desmoronou, com jogadores a sobreporem-se nas suas funções provocando um inexistente fio de jogo e graves problemas nas transições defesa-ataque muito por culpa do famoso pressing da H301. No final acabou por optar por um 3-1 ineficaz apostando em bolas longas e no chuveirinho com Lino Maia fixo na frente mas sem ninguém que lhe assistisse convenientemente. Existia de facto uma grande distância entre os sectores ao contrário de uma equipa compacta que se impunha. Topa Gomes, o homem indicado para transportar a bola, foi chamado para funções demasiadamente defensivas não podendo servir de apoio às investidas de Lino Maia.

O resultado acabou por surgir com naturalidade, sendo a H301 claramente a equipa mais disciplinada em termos tácticos e com maior entrosamento entre os jogadores, mesmo atendendo à estreia de Nuno Santos após grave lesão.

Ficha de Jogo:

Estádio Indoor Plus de Rio Tinto

Assistência 0,23 espectadores

H301 7 - 4 H302 (Ao intervalo 0-0)

H301: Fernando Bastos (1), Mário Marques, Miguel Torres (1), Nuno Santos (3) e Sérgio Neves (2).

H302: Armindo Cunha, José Santos, Lino Maia (2), Luís Silva e Topa Gomes (2).

Cartões amarelos: Mário Marques e Lino Maia